Carlos Silva traçou, esta sexta-feira, um cenário caótico em que se encontram os serviços públicos de transportes. Na interpelação ao governo sobre “política geral centrada na falta de pessoal nos serviços públicos”, o social-democrata afirmou que nunca os utentes tiveram tantos horários suprimidos. “Não me recordo de ocorrerem situações de comboios a cair aos bocados como se assiste hoje em dia. Passageiros a terem que dormir nos terminais, porque falhou o último barco. Os comboios estão abandonados nas linhas à espera de manutenção, que não é efetuada por falta de pessoal. O setor dos Barcos, está em rutura total, faltam pelo menos 25 trabalhadores, que foram prometidos pelo Ministro do Ambiente desde 2016. O Governo andou todo o mandato a prometer a admissão de novos trabalhadores, não passaram de anúncios e propaganda. Há utentes no serviço regional que têm apenas um comboio de manhã para vir trabalhar e um comboio à tarde para voltar a casa, quando esse comboio falha sabem o que acontece, ficam sem transporte”. Antes, Carlos Silva já havia “marcado falta” aos Ministros do sector, que não marcaram presença num debate desta importância. Contudo, ironizou o deputado, “pode ter acontecido que o comboio esteja atrasado, ou que o barco não tenha partido, ou que o metro não tenha partido”. De seguida, o social-democrata alertou para a decisão “escandalosa” da CP de, a partir de domingo, na linha de Sintra, a linha com maiores níveis de utilização do País, cortar para metade o número de ligações na hora de ponta. “Num momento em que a procura aumentou por via da redução do passe social, aos utentes é-lhe cortado metade dos comboios. O governo, perante este caos nos transportes, finalmente reconheceu o seu fracasso e pede desculpas aos Portugueses. Habilidosamente, à custa de 116 milhões de euros dos contribuintes, reduziu os preços das viagens e retirou lugares sentados, nos transportes, criando um serviço low cost de transporte de pé, para fazer face às constantes supressões de comboios e barcos. Ignorando olimpicamente questões de segurança, e populações mais frágeis com necessidades especiais de mobilidade. Só falta mesmo os Portugueses serem transportados em vagons”, rematou o parlamentar.
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