Cristóvão Crespo considera que o tema da seca tem uma importância que vai muito além das consequências visíveis para este ano de 2019 e eventualmente para 2020. No seguimento de uma declaração política do PCP sobre esta matéria, o deputado referiu que as consequências são bem mais profundas do que um ano com uma pluviosidade abaixo da média. “A falta de chuva, nos períodos de outono/inverno, é um dos efeitos mais observáveis do processo de alterações climáticas que o país está a viver intensamente. A situação coloca em causa tanto o abastecimento público das populações, como a atividade económica, em especial o setor agrícola”. Contudo, adianta o deputado, o surpreende é a “falta de visão a longo prazo dos responsáveis governamentais. Exemplo evidente é o pretenso plano nacional de regadio, que mais não é que um conjunto de projetos soltos, sem uma perspetiva estratégica e integrada. É a falta de ousadia na defesa da atividade agrícola como sector produtivo essencial e único no processo de mitigação dos efeitos da desertificação do território. É preocupante o conformismo do governo”. Considerando que a resposta dada pelo governo, de que tem um grupo a acompanhar a situação e que “espera” que o mês de abril possa acabar com a seca, não tranquiliza, Cristóvão Crespo adiantou que “o que está em risco é demasiado grave. É o nosso país tornar-se, em pouco anos, numa das regiões mais áridas da Europa, cujos sistemas agroflorestais atuais não serão capazes de sobrevir. É a alteração de todo o território como o conhecemos atualmente”. A terminar, Cristóvão Crespo questionou à bancada socialista se se revê nos planos do governo de monitorização da seca e do plano traçado pelo ministério da agricultura para o sector produtivo, ou se acompanha o PSD que entende que deve ser construído um verdadeiro plano nacional que defina a estratégia de retenção da água.
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