No debate sobre o Estado da Nação, Adão Silva enfatizou que o ano parlamentar que agora termina foi mau para os portugueses, pois deixou os portugueses mais frágeis, mais desamparados, como se viu na questão dos incêndios, ou na questão da saúde. Sublinhando que a “geringonça está num exercício de desmantelamento”, tendo passado da fase do contentamento das reversões para a fase dos encontrões, o Vice-Presidente da bancada do PSD centrou a sua intervenção no sector da saúde. Em primeiro lugar, no que respeita à transferência do INFARMED para o Porto, o deputado recordou que o Primeiro-Ministro tem na sua mão, há 20 dias, um relatório da possível transferência do INFARMED para o Porto. Dirigindo-se ao governante, o parlamentar questionou se o INFARMED vai ou não vai para o Porto, “o senhor cumpre ou não cumpre a sua palavra”. Enfatizando que a questão da saúde é para o PSD muito preocupante, Adão Silva declarou que “o governo, com o apoio da geringonça, está a mutilar o Serviço Nacional de Saúde (SNS). O SNS é um instrumento notável de coesão territorial e coesão social, é um instrumento notável de solidariedade, de dignidade das pessoas, de combate às desigualdades. E, no entanto, o SNS está destroçado com as vossas políticas, e quem o diz são os profissionais, são as listas de espera nas cirurgias e consultas que não param de crescer, quem o diz são os equipamentos obsoletos que os senhores não renovam na saúde, e quem o diz são as pessoas”. De seguida, Adão Silva apelou ao Primeiro-Ministro para que no governo “acabem de brincar com a situação da pediatria oncológica no São João. Já chega. Não brinquem com as crianças, não brinquem com os pais. Construam o bloco cirúrgico de Bragança, para o qual já gastaram o dinheiro. Acabem com a situação que se vive nas urgências de Gaia-Espinho, uma situação de cenário de guerra. Ou no Algarve, onde se atrasam as cirurgias e consultas. Ou em Lisboa, no Hospital São José, onde existe uma necessidade de um plano de catástrofe. Ou na Maternidade Alfredo da Costa onde se encerram serviços, se demitem médicos e as grávidas são retiradas à última da hora. E isto porque não há investimento. Como é que explica a situação de trapalhada que geraram com a passagem de 40 para as 35 horas? Os senhores meteram o SNS num beco sem saída, numa situação de incapacidade de responder aos portugueses”. A terminar, o Vice da “bancada laranja” declarou que “temos um SNS a cair aos bocados, mutilado, claudicante, sem servir às pessoas” e questionou a António Costa qual vai ser o seu empenho para que o SNS se reabilite, funcione bem e sirva bem as pessoas.
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