No debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, Hugo Soares começou por saudar os portugueses, as empresas e o próprio Governo pelos números alcançados em torno do desemprego. Segundo o líder parlamentar do PSD, ao contrário do que é dito pela esquerda, o desemprego vem descendo desde fevereiro de 2013, algo que está relacionado com o crescimento económico e com as reformas estruturais na lei laboral introduzidas pelo anterior executivo. Neste âmbito, adianta, “a estabilidade da legislação laboral é fundamental para que tudo isto possa concorrer para que tenhamos mais portugueses empregados”. Tendo em conta esta realidade, Hugo Soares lamentou que esta semana tenha sido dada “a primeira grande machadada na estabilidade da legislação laboral”, com a aprovação de uma Lei que consagrar o direito do trabalhador a opor-se à transição do seu contrato quando o seu empregador decida passá-lo para outra empresa, parte de empresa ou estabelecimento. A este propósito, o social-democrata desafiou António Costa a revelar se está de acordo com a posição favorável que o PS assumiu e com aprovação desta Lei sem uma discussão em concertação social. De seguida, o social-democrata acusou o Primeiro-Ministro de incoerência, recordando que António Costa, em campanha eleitoral, classificou como um “absurdo” o aumento constante da idade da reforma. “O senhor governa há dois anos e acabou de publicar uma portaria que aumenta a idade da reforma, o senhor cultiva o absurdo”, questionou o social-democrata. Perante a distorção da realidade por parte do governante, Hugo Soares sentenciou: “o país sabe hoje que tudo aquilo que o senhor Primeiro-Ministro disser em campanha eleitoral vale zero. É palavra dada que não é absolutamente honrada”, remata. Outras das palavras do socialista que foram recordadas pelo líder da “bancada laranja” estão relacionadas com o investimento público. Lembra o parlamentar que, em campanha eleitoral, António Costa defendia a importância deste investimento, mas no governo cativou as verbas e não atingiu sequer os valores que o anterior governo tinha em 2015. Depois de questionar ao socialista o que ficou por fazer com os 850 milhões de euros que foram cativados e de, uma vez mais, ficar sem resposta, Hugo Soares concluiu a sua participação no debate frisando que o país sabe que tem “um Primeiro-Ministro impreparado, que não tem a frontalidade de assumir as consequências das suas políticas e que cede a tudo com o único propósito de manter a geringonça no poder”.
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