“A falta de memória não é doença rara nos deputados do PS. Rara, raríssima é assunção das responsabilidades por parte dos seus dirigentes, dos seus governantes e dos seus deputados, uma vez que seja, por aquilo que fizeram e fazem”. Foi desta forma que Luís Leite Ramos iniciou a sua intervenção, esta sexta-feira, no debate de iniciativas dos partidos da esquerda sobre o controlo e gestão dos CTT. Depois de recordar uma notícia de 2010, altura de governação socialista, que dava conta da intenção do governo de privatizar os CTT e de lembrar que o acordo que os socialistas fizeram com a troika previa exatamente isso, o Vice-Presidente da bancada do PSD frisou que “só a falta de vergonha é que pode fazer com que o PS acuse o PSD de ter tomado esta decisão”. De seguida, o parlamentar recordou que a concessão dos CTT até 2030 está enquadrada num conjunto de obrigações e objetivos que são definidos e acompanhados pelo regulador e pelo governo. “É extraordinário que, 2 anos depois de o governo tomar posse, o senhor deputado venha a este Parlamento apresentar um Projeto que recomenda ao governo aquilo que é a sua obrigação. O que é que fez o governo nestes 2 anos? O governo tem dados do incumprimento dos CTT relativamente ao serviço universal postal e às obrigações no quadro do contrato de concessão? Então porque é que o governo não agiu”, questionou Luís Leite Ramos à bancada do PS, acrescentado que é “esta falta de pudor e de responsabilidade que é a marca de água deste governo e do PS”. A terminar, o social-democrata frisou que aquilo que o país precisava era que o PS, de uma vez por todas, cuidasse da defesa dos interesses dos portugueses e não passasse o tempo a atirar as responsabilidades para os outros.
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