José Matos Correia considera que “o país não esteve à altura” da confiança dos cidadãos no fim-de-semana, defendendo que “terá de chegar” o momento de apurar eventuais falhas e responsabilidades no incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande. Na sessão parlamentar evocativa em memória das vítimas do incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, o social-democrata declarou que “no passado fim-de-semana 64 pessoas confiaram: confiaram umas que podiam estar tranquilamente em suas casas, confiaram outras que podiam dar um passeio com uns amigos, confiaram outras que lhes era possível gozar uns dias de férias”. Para Matos Correia, esses cidadãos confiaram que “as instituições seriam capazes de os proteger perante um perigo com que se defrontassem. O país, no entanto, não esteve à altura dessa confiança”, lamentou, acrescentando que “este não é o momento ainda para analisar falhas e apurar responsabilidades, se as houver”, mas que “esse momento tem de chegar”. “Porque a busca da verdade tem sempre de ser numa democracia consolidada como a nossa uma preocupação central, porque só a perceção do que terá corrido bem poderá ajudar-nos a refletir sobre o modo como estas catástrofes podem ser evitadas ou fortemente minimizadas”, afirmou. O deputado social-democrata considerou que “o diagnóstico das fragilidades do país neste domínio está feito”, mas alertou que as ocorrências deste ano “atingiram dimensões sem precedentes”, sobretudo em termos de vítimas civis. “É precisamente esta diferença tão marcante entre passado e presente que exige um apuramento exaustivo do que se terá passado”, disse, considerando que essa será a melhor forma de “garantir que este drama não mais se repetirá” e o “melhor modo de honrar a memória” dos afetados pelo incêndio. Para o PSD, “Portugal não pode estar condenado ano após ano a viver com o receio e a angústia de enfrentar tragédias” como a atual. José Matos Correia aproveitou a ocasião para reiterar, em nome do partido, palavras de homenagem e conforto às vítimas e de gratidão aos que estão no terreno, apontando os bombeiros como “um exemplo de coragem, de determinação e amor ao próximo”.
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